Carlos Alberto, o “homem-do-chifre”, era um chato. Desejo que Deus o tenha, mas não entro nessa de santificá-lo por ter falecido. Aliás, prática comum – a morte tem o dom de apagar da memória dos que ficam a parte negativa dos que foram.
Personagem marcante do centro de Florianópolis, na última década Carlos Alberto deixou de ser uma figura folclórica e estava virado numa figura melancólica. No auge ou na decadência, o Homem-do-Chifre era o típico “mordedor” do centro de Floripa. Piorado. Pois, para arrancar dinheiro de figuras conhecidas – o “morder” na linguagem popular – ameaçava falar mal da vítima no seu megafone. Ou seja, praticava extorsão.
Impossível a quem viveu Florianópolis nos anos 1980, 1990, 2000… não reconhecer a figura. Virou um ícone. A imagem criou o personagem. Mas quem é mordido não esquece: Carlos Alberto vivia de extorquir. Era um baita de um chato.